26 de outubro de 2010

Emissões brasileiras de gases estufa aumentaram cerca de 60% entre 1990 e 2005

As próximas estratégias do Brasil para o combate às mudanças climáticas foram apresentadas nesta terça, dia 26, em Brasília, na Reunião Anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. O governo divulgou dados inéditos sobre as emissões de gases de efeito estufa. As informações serão levados à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a COP-16.
De 1990 a 2005, as emissões de CO2 cresceram 58% no Brasil. Entre os principais responsáveis estão o desmatamento, que emitiu 61% dos gases, a agropecuária, com 19%, e energia, que totalizou 15%. 
Os dados foram apresentados pelo governo federal, que formalizou a criação do Fundo Nacional Sobre Mudanças Climáticas. O orçamento inicial, de R$ 226 milhões, deve ser aplicado em ações que reduzam as emissões. Foram criados ainda cinco planos de combate ao desmatamento na Amazônia, Cerrado e com diretrizes para os setores de energia, siderurgia e agricultura.
– Na medida em que o Brasil vira um país importante na exportação de produtos agrícolas as pessoas percebem que cuidar do clima passa a ser uma vantagem comparativa para os produtos brasileiros em disputa com produtos de outros países que não cuidaram corretamente do meio ambiente – diz o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
O desmatamento ainda é o principal vilão das emissões nacionais de gases de efeito estufa. O setor de mudança no uso da terra e florestas é responsável por 61% do total de emissões. A agricultura aparece em seguida, com 19% das emissões nacionais e o setor de energia é responsável por outros 15%. O inventário também contabiliza emissões da indústria e do tratamento de resíduos, responsáveis por 3% e 2% do total nacional, respectivamente.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, também apresentou uma estimativa das emissões brasileiras em 2009, que não será levada à ONU. Pelos cálculos, no ano passado, o Brasil teria emitido 1,775 gigatoneladas de CO2 equivalente, 33% a menos que em 2005. A queda, segundo o ministro, se deve principalmente à redução do desmatamento na Amazônia nos últimos anos, somada à manutenção do nível de crescimento de emissões nos outros setores.
COP16
A reunião desta terça, dia 26, serviu como uma prévia para COP-16, mês que vem em Cancun. Entretanto, a expectativa é de que nenhum grande acordo seja firmado na conferência já que não existe consenso entre os 194 países participantes.
No encontro, o Brasil vai mostrar o que vem fazendo para melhorar os índices.
– As expectativas são modestas. Não há expectativa de um grande acordo, abrangente sobre todos os temas do clima, com grandes ambições – disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
– Eu não espero que os grandes líderes do mundo compareçam, porque eu acho que como não tem acordo ninguém vai querer se expor – completa Lula.

Fonte: Canal Rural

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