1 de junho de 2011

IBGE diz que 2,6 bilhões de árvores foram desmatadas na Amazônia

O saldo do desmatamento histórico na Amazônia Legal é de 2,6 bilhões de árvores eliminadas até 2002. O número foi conseguido a partir de cálculos matemáticos com base estatísticas históricas do Banco de Dados e Informações Ambientais (BDIA), mantido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reúne as informações levantadas nas décadas de 1970 e 1980, até dados de 2002. O novo estudo do IBGE também confirmou que o subsolo da região é formado por rochas com alto potencial de armazenamento e transferência de água potável e que o solo é um estoque considerável de carbono, que, se liberado para a atmosfera, poderá alterar o balanço dos gases de efeito estufa.
“Conseguimos reconstruir com modelos matemáticos que existia na Amazônia antes da colonização. O que notamos é que o desmatamento foi subutilizado. De todo o desmatamento, só 15% foi usado para a agricultura”, disse ao iG André Almeida, pesquisador do IBGE que participou do estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, publicado nesta quarta-feira (1º).
O levantamento temático confirmou  ainda a Amazônia Legal concentra cerca de 45% da água subterrânea potável do país, num aquífero poroso, reflexo de um subsolo constituído quase que unicamente por rochas sedimentares. Por conta disso, o subsolo amazônico também tem potencial para exploração de combustíveis fósseis, o que pode ser confirmado pelos campos de petróleo e gás de Urucu, no Amazonas.

Em 2002, a mudança na cobertura da terra por interferência humana, por meio de atividades de desmatamento e queimadas, atingia 15,3% da área de vegetação primária da Amazônia Legal. " Esta imensidão não é um grande percentual se compararmos com o desmatamento na Mata Atlântica ou no Cerrado. O percentual é pequeno, mas se analisarmos a área, vemos que é uma parte considerável", disse ao Almeida.

A riqueza do subsolo e do solo da Amazônia legal traz consequências para o mundo inteiro. De acordo com o estudo do IBGE, estima-se que 75% das emissões de CO2 do Brasil tenham origem nas mudanças no uso da terra, seja pela erosão, decomposição da matéria orgânica dos solos, ou pela conversão de florestas e outras formas de vegetação natural para o uso agropecuário. Daí a importância dos estoques de carbono para o balanço de gases de efeito estufa na atmosfera.

De acordo com o IBGE, em média, a superfície do solo da Amazônia Legal tem um estoque de carbono orgânico de 55,7 toneladas por hectare, sendo que essa concentração não é uniforme e varia entre 0,1 e 208,7 toneladas por hectare, com predomínio da classe de 40 a 60 toneladas por hectare.

Amazônia Legal
A Amazônia Legal ocupa 5.016.136,3 km2, que correspondem a cerca de 59% do território brasileiro. Nela vivem em torno de 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010, distribuídas em 775 municípios, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área do estado), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%). Além de conter 20% do bioma cerrado, a região abriga todo o bioma Amazônia, o mais extenso dos biomas brasileiros, que corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável.


Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br

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