24 de novembro de 2010

Gases-estufa estão em níveis recordes, diz agência da ONU

A concentração dos principais gases causadores do efeito estufa na atmosfera alcançou o nível mais altos desde os tempos pré-industriais, anunciou nesta quarta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
As concentrações dos gases-estufa continuaram a aumentar em 2009 -- o último ano para o qual há observações registradas -- a despeito da recessão econômica, disse a agência meteorológica da ONU em seu mais recente Boletim Gás-Estufa.
O aumento nesses gases eleva a radiação na atmosfera, aquecendo a superfície da Terra e provocando mudanças climáticas.
"Os principais gases-estufa de vida longa, entre eles o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, atingiram seus níveis registrados mais altos desde o início da era industrial, e isso apesar de uma recessão econômica recente", disse a jornalistas o vice-secretário-geral da OMM, Jeremiah Lengoasa.
As conclusões serão estudadas em uma conferência da ONU em Cancun, no México, que será promovida entre 29 de novembro e 10 de dezembro para discutir as mudanças climáticas.
A forçante radiativa, ou seja, a razão entre a radiação que chega da atmosfera e a radiação que sai para ela, aumentou em 1 por cento em 2009 e em 27,5 por cento entre 1990 e 2009, disse a OMM.
Os índices de aumento do dióxido de carbono e do óxido nitroso foram mais baixos que em 2008, mas o fato exerceu impacto mínimo sobre as concentrações de longa duração.
Se as emissões de gases-estufa parassem por completo, ainda assim o dióxido de carbono já presente na atmosfera levaria cerca de 100 anos para sair dela.
O dióxido de carbono é isoladamente o mais importante gás-estufa causado pela atividade humana, contribuindo para 63,5 da forçante radiativa total. Sua concentração aumentou 38 por cento desde 1750, principalmente devido às emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e mudanças no uso da terra, disse a OMM.
As emissões naturais de metano -- devidas, por exemplo, ao derretimento da calota de gelo ártica e ao aumento da precipitação pluviométrica em regiões úmidas, elas próprias causadas pelo aquecimento global -- estão ganhando importância, disse a organização.
Esse fato pode gerar um "círculo de feedback" no qual o aquecimento global libera na atmosfera grandes quantidades de metano que, então, contribuem para um aquecimento global ainda maior.
Essas emissões naturais podem ser a razão pela qual a concentração de metano vem aumentando na atmosfera ao longo dos últimos três anos, após quase uma década sem subir, disse a OMM.
Atividades humanas como a criação de gado, o plantio de arroz, a exploração de combustíveis fósseis e aterros sanitários são responsáveis por 60 por cento das emissões de metano, e fontes naturais respondem pelo restante.

Fonte: Estadão

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