17 de agosto de 2010

Estados Unidos usam mini-vacas para diminuir emissão de metano

Quem disse que tamanho não importa? Quando se trata de vacas, ou melhor dizendo, do efeito nocivo do gás metano que produzem ao meio ambiente, quanto menores, melhor. Esta parece ser a máxima que está se impondo em algumas fazendas dos Estados Unidos, onde cresce a tendência de criar vacas em miniatura.

Existem 26 raças de mini-vacas em todo o mundo, as mais altas mal superam um metro e há aquelas com menos de 80 centímetros. "Quando comecei a trabalhar com essas reses em miniatura todo mundo pensou que eu estava louco", conta o professor e fazendeiro Richard Gradwohl, que em seu centro de pesquisa desenvolveu 18 das 26 variedades. E ainda que seu objetivo inicial tenha sido criar os animais com o fim de suprir as necessidades de sete mercados diferentes – dos quais o de mascotes continua sendo o mais popular – muito rapidamente notou os benefícios ambientais das miniaturas.

"Depois de pesquisar durante muitos anos, descobrimos que produzem muito menos metano", afirma Gradwohl. O metano é um dos vários gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas. Segundo Gradwohl, dez mini-vacas geram a mesma quantidade de metano de uma grande.

Rendimento maior — "Em um terreno de cinco hectares, no qual cabem duas vacas, entram dez mini-vacas", diz Gradwohl. Daí se presume que cada hectare tem um rendimento maior por quilo de carne. Como isso é possível se as vacas são menores? Isto se deve a uma série de fatores e em particular a que a relação entre o peso do animal vivo e a quantidade de carne comestível que se obtém dele não é a mesma em um animal grande e um pequeno.

"Quando uma vaca de 450 quilos vai ao matadouro, perde cerca de 40% em ossos, cabeça e vísceras. Fica então com 270 quilos. Quando é convertida em carne comestível perde mais 20% e, finalmente, termina com algo como 216 quilos", explica Gradwohl. "Em um animal pequeno se perde muito menos. Se a vaca pesa 270 quilos, quando é abatida perde 30%, e não 40%, e quando é transformada em carne comestível, no lugar de 20% perde 15%. Então, um animal pequeno pode produzir até 160 quilos de carne comestível", disse o fazendeiro.

Estas porcentagens são menores porque as vacas em miniaturas têm ossos menores e menor quantidade de gordura. Ao aumentar o rendimento por hectare, as fazendas precisam de menos terra para produzir a mesma quantidade de carne. É algo crucial, sobretudo em áreas onde o avanço da agricultura e da pecuária são as principais causas do desmatamento.

Carne saborosa — Quanto ao sabor, Gradwohl garante que a carne da mini-vaca é mais saborosa, já que o gosto está relacionado com o tamanho dos músculos. "Quanto mais curtos, mais saborosa é a carne. Nesse aspecto é parecida com carne de vitela."

Nos Estados Unidos, onde o consumo anual de carne bovina por pessoa é de 43 quilos, já existem umas 200 mil miniaturas. Seria interessante ver se a moda pega em outros países, como o Uruguai e a Argentina, onde o consumo de carne per capita chega a 58,2% (o país que mais consome carne por pessoa no mundo) e 56,2%, respectivamente.

Fonte: http://veja.abril.com.br

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