6 de novembro de 2010

BR ecológica deve reduzir atropelamentos de animais e trazer benefícios ao turismo no Estado

O projeto que vai transformar a BR-262 na primeira rodovia ecológica do Brasil já foi licenciada pelo Ibama-MS. O trecho mais ecologicamente correto de uma estrada asfaltada e o primeiro que segue tais exigências corta Mato Grosso do Sul de Leste a Oeste por mais de 750 km. A iniciativa traz conceitos avançados de sustentabilidade.
Serão construídas 70 passagens de fauna que terão uma plataforma (uma mini ponte) sobre o curso d’água ou canal de drenagem. Essas passagens exclusivas para animais permitirão a travessia segura em parte do trecho que cruza o Pantanal de 220 km entre Miranda e Corumbá.
Além disso, haverá o cercamento dos dois lados do acostamento. As cercas possuem inclinação de 30˚, estudada para coibir a entrada do animal na rodovia, ao mesmo tempo que permite que o bicho que estiver na pista volte sem dificuldades para a mata. A cerca será construída sob um aterro, que a eleva na parte de dentro do acostamento agindo como obstáculo, mas o lado da estrada permanece alinhada à altura da pista, com a inclinação a seu favor.
A alta incidência de atropelamentos de animais silvestres é um problema presente nas rodovias do Estado, sobretudo na região pantaneira. Por isso, próximo às áreas cercadas, serão feitas ranhuras na estrada que emitem sinalização sonora para alertar os motoristas da necessidade de redução de velocidade, além da instalação de armadilhas fotográficas e “almofadas” de areia. Tais ações servem para identificação dos animais que passam pelo local.
“Nosso intuito é identificar, no período de um ano, a eficiência desse sistema. Quais espécies estão utilizando as passagens e se está mesmo reduzindo o número de acidentes e atropelamentos”, explica o coordenador do núcleo de licenciamento ambiental do Ibama-MS, Reginaldo Yamaciro.
Constatada a eficácia, devem então ser implantados sistemas iguais nas demais 67 passagens distribuídas pelo trecho ecológico da BR-262. Os três pontos estão distribuídos na altura entre o Posto Guaicurus e Buracos das Piranhas, e entre Buraco das Piranhas e Porto Murrinho (Ponte do rio Paraguai). No total, serão 46 km de cercas nesses três pontos.
O projeto contou com consultoria do biólogo Wagner Fisher, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e terá monitoramento de instituições de pesquisa para avaliação do sistemas pilotos.
“Além da proteção, servirá como um ótimo projeto de pesquisa porque saberemos quais espécies estão vindo da Serra da Bodoquena bem como as da planície pantaneira, para analisar a circulação dos animais e rotas migratórias”, avalia Yamaciro.
Yamaciro alerta para que a retirada da vegetação do acostamento não seja confundida com desmatamento. “Essa vegetação não é nativa. Portanto será uma limpeza para melhorar a visibilidade da estrada e diminuir assim o índice de acidentes, deixando maior espaço de acostamento disponível aos motoristas”.
Incentivo ao turismo
De acordo com informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), no Buraco das Piranhas será construído ainda um mirante. Ponto elevado em uma das áreas mais bonitas do trecho que proporcionará ao turista segurança e melhor estrutura para contemplar as belezas naturais da região.
Nessa área, o governo do Estado irá construir ainda o Centro de Atendimento ao Turista, que terá 272 metros quadrados e será construído em um terreno de 1.462,32 metros quadrados de área, localizado às margens da rodovia BR-262, em Corumbá.
O Estado visa promover e melhorar o patrimônio cultural e ecológico, melhorando as condições aos visitantes, priorizando a preservação e incentivando o ecoturismo.

Fonte: http://www.portalms.com.br

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