16 de agosto de 2010

ONU lança no Brasil esforço para combater formação de desertos

A ONU (Organização das Nações Unidas) lançou nesta segunda-feira (16) a Década das Nações Unidas para os Desertos e Luta Contra a Desertificação, um projeto que vai estimular debates e eventos entre 2010 e 2020 em todo o mundo sobre o cuidado que se deve ter em relação às áreas secas do planeta.

O documento tem como meta apresentar em 2020, durante o encontro Rio+20 – atualização da reunião Eco-92 –, projetos concretos de políticas públicas em conjunto que realmente combatam os problemas enfrentados por populações de todo o mundo que moram em áreas secas.

A desertificação – fruto do desmatamento e do uso inadequado do solo – tem impacto, segundo a ONU, em mais de 1 bilhão de pessoas que vivem em mais de cem países, onde as terras improdutivas ameaçam a oferta de alimentos e a distribuição de água.

O anúncio da década foi feito durante a ICID 2010 (Segunda Conferência Internacional: Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas) que começa hoje em Fortaleza, no Ceará, por Luc Gnacadja, secretário-executivo do Comitê de Desertificação da ONU. O objetivo da conferência é discutir os impactos das mudanças climáticas em regiões semiáridas.

Pelo menos 30% da população mundial vive em locais áridos e semiáridos, onde o índice de chuvas é de 750 mm em média por ano, com meses seguidos de seca. As mudanças climáticas em regiões semiáridas colocam em risco a produção de alimentos e podem provocar a escassez de recursos naturais, com graves impactos na produção de energia, por exemplo. Isso porque fica cada vez mais difícil prever o exato período de chuvas e de seca, cada vez mais prolongada.

O semiárido brasileiro é formado por 1.482 municípios, a maioria muito pobre e localizada na região nordeste. Essas regiões tendem a sofrer grandes desastres naturais, como as enchentes que atingiram Alagoas e Pernambuco há alguns meses.

Gnacadja citou um dos problemas causados pela desertificação no mundo.

- As migrações forçadas, por exemplo, acontecem pela escassez de água em solo produtivo. Essas mudanças das populações criam um clima de quebra da cultura da sociedade local. Esse encontro no Brasil confirma que o problema é grave e precisa de uma resposta em conjunto. Vamos lutar por uma cooperação internacional para combater a desertificação.

Cid Ferreira Gomes, governador do Ceará, disse que mais de um terço da população mundial vive em regiões áridas e semiáridas, onde há “os mais agudos e inaceitáveis índices de pobreza”.

Antônio Rocha Magalhães, diretor da ICID, contou que a melhoria da agricultura, que é muito importante para a economia brasileira, é uma das prioridades.

- Um dos desafios é tornar a agricultura mais produtiva, com menos impactos ao ambiente e mais resistência às mudanças no clima.

Fonte: http://noticias.r7.com

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