A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta sexta-feira que o Brasil fez o dever de casa e irá cobrar resultados dos outros países em Cancún, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-16), que começa na próxima segunda-feira. O governo prometeu cortar suas emissões de gases estufa em até 39% nos próximos dez anos, principalmente combatendo o desmatamento. Na próxima semana, um novo corte no desflorestamento da Amazônia deverá ser anunciado em Brasília, número que será levado à COP-16. Segundo a ministra, o Brasil terá um "papel protagônico" na reunião.
- O Brasil está fazendo seu dever de casa. O Brasil tem política, plano e fundo climático. Isso dá condições políticas para o Brasil cobrar resultados, que foi o que a gente fez em Nagoya (durante a Convenção da Biodiversidade). Em Nagoya nós cobramos duramente. É muito difícil numa negociação multilateral você cobrar resultados se você está devendo - disse.
Segundo Izabella, sem cobrança não haveria avanço:
- (Vamos cobrar) para não ficar numa situação de inércia, em que todo mundo fica emitindo, emitindo, emitindo.
Embora tenha se manifestado otimista sobre o encontro, que sucede o que ocorreu em Copenhague no ano passado, a ministra disse que não há a expectativa de que seja fechado um grande acordo. Isso porque os países desenvolvidos não teriam amadurecido ainda metas para um segundo período de cumprimento do Protocolo de Kyoto, que os obriga a cortar emissões. Outro ponto que a ministra apontou entre as grandes dificuldades da negociação é o financiamento - mecanismo segundo o qual países ricos repassam recursos para que países pobres e emergentes possam tomar iniciativas para prevenir e se adaptar aos efeitos do aquecimento global.
- Temos um gato do telhado na questão do financiamento. Nós temos que encontrar uma saída para isto. Não dá para ficar adiando - reclamou.
Fonte: O Globo
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