24 de outubro de 2010

Novo game para defender a natureza

Na tela, o índio percorre a floresta em busca dos capangas de uma mineradora que está explorando a Amazônia. A missão dele é cortar a energia das máquinas, incapacitar o retorno das operações e proteger a floresta. Neste caminho, ele precisa lutar e matar os inimigos. A diferença é que, desta vez, é em nome do bem. Na maré contrária dos games mais modernos, que costumam cultuar a violência gratuita, o jogo criado pelos estudantes do curso de desenvolvimento de games do Senac Pernambuco tem a defesa da natureza como tarefa principal durante a brincadeira. Quando é hora de falar sério, o game Guardiões da Floresta tem o objetivo de levar a temática ambiental para a sala de aula.
O jogo de aventura e ação foi desenvolvido, nos últimos quatro meses, por oito alunos do curso em uma tarefa repassada pelo Núcleo de Informática (Ninf). A gerente do Ninf, Roberta Araújo, explicou que a intenção é incluir os jogos educativos nos cursos oferecidos pelo Senac e, por isso, orientou que o trabalho dos estudantes fosse direcionado à temática ambiental. "Meio ambiente é um assunto que estamos inserindo cada vez mais no curso. Ao mesmo tempo, a presença de jogos educativos vem se fazendo necessária nas aulas e não poderíamos deixar de aproveitar a produção da casa", disse. A iniciativa também prepara os alunos para a demanda crescente no mercado de games educativos e ecológicos (veja no quadro outros jogos virtuais).
Como primeiro desafio a turma enfrentou a decisão do tema. O estudante Bruno Cunha contou que o grupo discutiu vários assuntos globais, como espécies ameaçadas, avanço do mar e mudanças climáticas. "Chegamos à Amazônia pois é a primeira ideia quando pensamos em meio ambiente e Brasil. E como o público alvo é o jogador brasileiro, resolvemos aprofundar nisso", contou. Escolhido o cenário, o aluno Cláudio Fernandes destacou que eles tentaram criar um roteiro que incluísse várias abordagens sobre meio ambiente. Na batalha dos personagens, que são índios, pajés e caçadores, ocenário muda entre a poluição dos rios, o desmatamento e a exploração dos recursos naturais.
Segundo os professores Cláudio Sá Moreira e Sidney Inácio Ferreira, que dividem as aulas em design e criação do cenário, a preocupação era proporcionar um jogo em que o jogador pudesse aprender e se divertir. "O jogador continua tendo que destruir, vencer desafios e inimigos. Mas no caminho observa novos ambientes e a consequência dos problemas ambientais", afirmou. Entre os cenários estão uma mina a céu aberto, a extração de ouro irregular e o despejo de material tóxico no rio, afetando a população indígena. O game foi apresentado a representantes do Porto Digital. Mas os estudantes ainda estão finalizando a versão definitiva, que deve ser concluída em três meses e pode ser jogada por até oito pessoas. Os alunos que testaram, garantem: participar da ação é a melhor forma de aprender.

Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br

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