19 de novembro de 2010

Caminhão da SOS Mata Atlântica estaciona na Praça dos Prazeres, em Aracati

A partir desta quarta-feira (17/11), a cidade de Aracati receberá o projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”, da Fundação SOS Mata Atlântica. Até domingo (21/11), um caminhão totalmente adaptado pela ONG e sua equipe de educadores ambientais, estarão na Praça Monsenhor Bruno (Praça dos Prazeres) para promover a conscientização ambiental por meio de diversas atrações. Entre elas estão: palestras, oficinas, análise da qualidade da água do Rio Jaguaribe, jogos educativos, exibições de vídeos, exposições, maquete interativa, entre outras. O horário de funcionamento do projeto é das 11h às 16h no primeiro dia e das 10h às 16h nos demais. A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões, Natura e Volkswagen Caminhões & Ônibus e apoio local da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Meio Ambiente e da ONG Aquasis.
Mais de 60 cidades já foram visitadas e o estado do Ceará é o 17º brasileiro a receber o projeto itinerante, que tem o objetivo de levar educação e conscientização ambiental para os lugares onde ocorre a Mata Atlântica. A Fundação SOS Mata Atlântica compensará as emissões de gases do caminhão por meio de plantios realizados pelo Programa Florestas do Futuro, da própria ONG. O projeto itinerante está agora em seu segundo ciclo anual e nele, passa pelas regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste do Brasil. Neste roteiro, o caminhão já visitou o Distrito Federal, Goiás, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e o Rio Grande do Norte. Depois da visita a Aracati, o caminhão seguirá para a capital Fortaleza e ainda visitará as cidades cearenses de Caucaia, Sobral, Tianguá e Juazeiro do Norte.
A visita a Aracati serve para mostrar à população que apesar da cobertura original da Mata Atlântica ter sido reduzida para apenas 7%, a população brasileira ainda pode evitar que o desmatamento continue a ocorrer começando pela cidade onde vive. A coordenadora do projeto, Camila Plaça, comenta a necessidade da mudança no comportamento da população: “É importante que as pessoas saibam que não podemos deixar para preservar o meio ambiente depois, pois pode acabar sendo tarde demais, o momento de agir é este. As pessoas precisam conhecer como e porque devemos contribuir para a redução do desmatamento. Além disso, a população deve ter a consciência de que uma pequena ação pode fazer a diferença na vida de muitas outras pessoas”. Camila ainda destaca que as pessoas também devem cobrar das autoridades locais uma fiscalização mais rígida e a criação de mais projetos contínuos e efetivos em prol da conservação ambiental.
A equipe de educadores ambientais da ONG pretende reforçar que a conservação do meio ambiente contribui não só para a qualidade de vida, como também para a economia local. A água tratada de forma correta exige menor quantidade de produtos químicos para filtrá-la. O lixo eliminado de forma adequada facilita a reciclagem e possibilita menor extração de matéria prima da natureza. A diminuição de áreas preservadas pode agravar catástrofes naturais como deslizamentos de terra e alagamentos, principalmente em territórios próximos às áreas urbanas, além de poder causar danos à população local. “Por isso, a ideia de levar educação ambiental às várias áreas do território brasileiro é tão importante. O desmatamento não ocorre apenas em metrópoles”, destaca Anderson Palmeira, biólogo e educador ambiental do projeto. “Diferente do que muitos pensam, o cidadão tem também o dever de cuidar do ambiente onde vive. Jogar o lixo no local adequado, economizar água e energia elétrica, tomar cuidado ao mexer com fogo, e, desta forma, contribuir com a cidade e com o planeta. Se não fizer sua parte, não adianta reclamar das autoridades”, completa.
Atividades
Algumas atrações promovidas pela equipe do projeto na cidade têm horário marcado, como a solenidade de abertura, realizada no primeiro dia (17/11), às 11h, e a coleta de água para análise de qualidade do Rio Jaguaribe, que acontece às 16h. No segundo dia, às 11h, os visitantes poderão participar da palestra “A Mata Atlântica é aqui em Aracati”, realizada pela equipe do projeto itinerante e que aborda temas como desmatamento, educação ambiental, preservação, hábitos sustentáveis e outros assuntos relacionados à Mata Atlântica local. No mesmo dia, a partir das 14h, as exibições de filmes do CineMata tomam conta dos horários livres.
Na sexta-feira (19/11), será realizada a palestra “O impacto da carcinicultura em Aracati”, que terá participação do pescador e líder local João do Conde. A partir das 14h, ainda na sexta-feira, a equipe de educadores ambientais realizará uma tarde especial com os jogos educativos do projeto. No final de semana, ocorrerão as oficinas de desenho de animais da Mata Atlântica, no sábado a partir das 11h, e no domingo, as oficinas de brinquedos feitos com garrafas PET, com início também às 11h.
Além destas, durante todos os outros horários, o projeto conta com mais atrações que são realizadas variando apenas de acordo com o interesse dos grupos que o visitam. Uma delas é a roda das sensações, que mexe com os sentidos dos participantes, colocando-os, de olhos vendados, em uma roda e os expondo aos sons, cheiros e texturas característicos do Bioma; a mini biblioteca para consultas com livros para crianças e adultos sobre as mais importantes questões ambientais da atualidade; o jogo da cidadania, um tabuleiro gigante onde os participantes atuam como os pinos do tabuleiro e que ensina os visitantes como se portar respeitando o meio ambiente; e o jogo da memória, com espécies da fauna e da flora pertencentes ao Bioma Mata Atlântica.
O público também poderá conhecer a maquete dinâmica e interativa, que fica exposta durante todo o horário de funcionamento e mostra as diferenças entre dois territórios: um protegido pela Mata Atlântica e outro com uma área desmatada. Fazendo chover de verdade em cima da maquete, os educadores ambientais do projeto mostram também a importância das matas ciliares, a maneira como os lençóis freáticos são formados, como podem ser causados os deslizamentos de terra e as inundações, além de salientar como os rios assoreados interferem no cotidiano das cidades.
Qualquer pessoa pode participar de qualquer atividade, inclusive o projeto conta com uma estrutura própria para receber deficientes físicos, com um elevador específico localizado na parte de trás do caminhão. Escolas e grupos interessados podem realizar visitas monitoradas ao projeto. Além disso, quem tiver interesse em se tornar um voluntário também pode participar. Em caso de dúvidas, agendamento de visitas monitoradas ou inscrição para participação voluntária, é preciso entrar em contato pelo email itinerante@sosma.org.br ou pelo telefone (11) 3055-7886 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3055-7886      end_of_the_skype_highlighting. Mais informações pelo site www.sosma.org.br.
Monitoramento da qualidade da água
A Fundação SOS Mata Atlântica sempre seleciona um rio, córrego ou lago em cada uma das cidades por onde o projeto passa e realiza a coleta de água usando um kit de monitoramento. Desenvolvido pelo programa Rede das Águas da própria ONG, o kit possibilita uma análise que engloba 14 parâmetros físico-químicos, como transparência da água, lixo, odor, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, entre outros. Na cidade de Aracati, a coleta será feita no Rio Jaguaribe, sempre no ponto mais próximo e acessível do local onde o projeto estará estacionado. Após uma análise detalhada, os resultados serão divulgados no final da estadia do projeto na cidade. “Os resultados das análises servem para mostrar para a sociedade a real situação do território onde vive. A população pode e deve ajudar na conservação das águas, gerando menos lixo e separando corretamente os gerados, optando por produtos de limpeza que não agridam os rios e, também, cobrando e apontando erros para as autoridades locais”, explica Patrícia Ferreti, bióloga e educadora ambiental do projeto.
Sobre o projeto itinerante:
O projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”, da Fundação SOS Mata Atlântica, está em seu segundo ciclo anual. Até maio de 2011, visitará as regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste do Brasil, passando pelos estados: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. O primeiro ciclo anual do projeto itinerante teve início em maio de 2009 e durou até maio deste ano. Nesse período, a equipe pôde visitar 45 cidades brasileiras localizadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, levando informações sobre conservação ambiental e sobre a Mata Atlântica para oito estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais. Cerca de 170 mil pessoas puderam participar das atividades realizadas e trocar experiências com a população de outras regiões. Além disso, 40 corpos d’água foram monitorados pelo projeto, que percorreu mais de 11 mil quilômetros rodados e contou com apoio de 140 instituições ao longo da viagem. Quem tiver interesse em acompanhar as visitas do projeto em cada cidade por onde passa, deve acessar www.sosma.org.br/blog.
Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica
Criada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica é uma entidade privada sem fins lucrativos, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável, bem como promover a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobilizando, capacitando e estimulando o exercício da cidadania socioambiental. A entidade desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do Bioma, campanhas, estratégias de ação na área de políticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, voluntariado, desenvolvimento sustentável e proteção e manejo de ecossistemas.
Sobre o Bioma Mata Atlântica
Dentro do território brasileiro existem seis diferentes Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampas, Pantanal e a Mata Atlântica. O Bioma Mata Atlântica está presente em 17 estados e abriga mais de 61% da população. Atualmente, mais de 90% da floresta original foi desmatada, restando apenas 7,91% de remanescentes do Bioma. É um ponto importante para conservação mundial, ou seja, um Hotspot, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta e também decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988. Das 633 espécies de animais ameaçadas de extinção de todos os Biomas do Brasil, 383 ocorrem na Mata Atlântica.

Fonte: http://www.aracatinet.com

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