O BNDES aprovou mais três projetos do Fundo Amazônia, com apoio  financeiro total de R$ 38,7 milhões. O maior deles, destinado ao Estado  do Amazonas, receberá R$ 20 milhões. Outro destinará R$ 15,9 milhões ao  governo do Pará, e o terceiro, de R$ 2,8 milhões, direcionará recursos  ao município de Alta Floresta, no Mato Grosso.
O Fundo, que é administrado pelo BNDES, é uma iniciativa pioneira no  mundo. Por meio da captação de recursos de doações voluntárias, financia  ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, bem como  projetos para conservação e uso sustentável das florestas na Amazônia.
Com as aprovações mais recentes, já são oito os projetos apoiados no  âmbito do Fundo Amazônia, somando R$ 109 milhões em recursos não  reembolsáveis. A carteira do Fundo conta, atualmente, com 63 projetos.
AMAZONAS – Projeto apresentado pela Secretaria de Estado do Meio  Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) fortalecerá a gestão  ambiental do Estado em áreas sob intensa pressão pelo desmatamento, nos  municípios de Boca do Acre, Lábrea, Apuí e Novo Aripuanã.
Os R$ 20 milhões possibilitarão que o Estado recomponha Áreas de  Preservação Permanente e Reservas Legais e consolide seu Cadastro  Ambiental Rural. Haverá um cadastramento de propriedades e sua conversão  em banco de dados digital, coordenado pela SDS, em conjunto com o  Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
A estratégia é incentivar a regularização ambiental e fundiária e  aprimorar os mecanismos de licenciamento e monitoramento ambiental. Com  isso, o governo fortalecerá a gestão ambiental no Estado, uma vez que o  projeto intervirá diretamente em regiões com elevados índices de  desmatamento, especialmente aquelas que sofreram impacto maior pelo uso  intensivo da atividade agropecuária.
Outra importante ação do projeto será a regularização fundiária em áreas  estaduais, nos municípios de Boca do Acre e Novo Aripuanã, com o  objetivo de regularizar cerca de 800 imóveis. A iniciativa será  executada pelo Instituto de Terras do Amazonas (Iteam).
A recuperação de áreas desmatadas ocorrerá por meio de reflorestamento  de espécies com função econômica e ecológica, a ser executado pelo  Instituto de Desenvolvimento Agrário e Florestal do Amazonas (Idam). O  projeto será conduzido pela SDS, com apoio de consultores em gestão.
PARÁ – O projeto apoiado pelo Fundo Amazônia com R$ 15,9 milhões visa  fortalecer a gestão ambiental no Pará, reforçando ações de combate e  monitoramento do desmatamento. Para tanto, promoverá a estruturação  física e operacional da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e de  secretarias municipais de Meio Ambiente.
Dessa forma, será possível descentralizar atividades, consolidando as  unidades regionais da Secretaria em Marabá, Santarém, Paragominas,  Redenção, Itaituba e Bragança. Assim, ganha-se mais eficiência para  fazer frente ao problema da grande extensão territorial do Estado.
Quanto mais próximas ao local em que ocorrem problemas ambientais  estiverem essas instituições, maior é a probabilidade de que atuem com  mais rapidez e eficiência, tanto na resolução do problema quanto na  promoção de políticas públicas ambientais.
Com essas iniciativas, o projeto contribuirá para aumentar o nível de  articulação entre as políticas ambientais do Estado e dos municípios,  além de combater a fragilidade dos mecanismos legais de controle das  atividades de impacto ambiental local e a inexistência de infraestrutura  para o funcionamento de unidades administrativas municipais de meio  ambiente.
O projeto também inclui a criação de instrumentos para emissão do  Cadastro Ambiental Rural (CAR), o que contribuirá para a adequação  ambiental das propriedades rurais do Pará e para o aprimoramento do  processo de licenciamento ambiental. Ao aderirem ao CAR do Pará, os  proprietários devem se comprometer a recuperar as áreas degradadas ou  desmatadas ilegalmente.
O programa do governo paraense tem como méritos, portanto, maior  envolvimento do poder local em relação à gestão ambiental; atualização  de imagens e de base cartográfica que permitam melhorar os processos de  regularização ambiental e fundiária; mobilização conjunta do setor  público e privado para regularização ambiental; e mais eficiência no  processo de licenciamento.
ALTA FLORESTA – O projeto Olhos D’Água da Amazônia, apresentado pelo  município de Alta Floresta, Mato Grosso, tem como objetivos o  fortalecimento da gestão ambiental na região; apoiar o processo de  registro das pequenas propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR); e o  fomento à recuperação de áreas de preservação permanente degradadas  próximas às nascentes localizadas em pequenas propriedades.
Com essa estratégia, a prefeitura de Alta Floresta irá realizar e  integrar as atividades de planejamento (diagnóstico), de regularização  ambiental (CAR) e de recuperação de áreas degradadas. O CAR será  utilizado pelo governo como uma primeira etapa para o licenciamento  ambiental e a regularização fundiária, na medida em que são firmados  termos de compromisso para a adequação ambiental da posse ou da  propriedade rural.
O mérito do projeto está em fortalecer ações de monitoramento e controle  em uma área com grande pressão pelo desmatamento. Além disso, a ação  será integrada, envolvendo órgãos públicos, agentes privados, ONGs,  associações de produtores e universidades.
Equipes de campo coletarão dados das propriedades no município,  definindo pontos de controle para as demais ações, e alimentarão com  informações espaciais o Sistema de Informação Geográfica (SIG). As  informações que serão geradas nesse processo são: localização; acesso;  limites; tamanho; nome da propriedade e do proprietário; localização das  Áreas de Preservação Permanente (APPs) e áreas desmatadas.
As equipes receberão treinamento e instrumentos adequados para a  realização do trabalho, como GPS, rádio de comunicação, máquinas  fotográficas e veículos. Será possível relacionar as informações de cada  propriedade com os mapas gerados pela Secretaria de Meio Ambiente, para  a formação de um diagnóstico ambiental do município.
Dessa forma, será possível montar um cadastro com todas as propriedades,  permitindo a geração de mapas temáticos e a construção de um banco de  dados contendo informações estratégicas para as políticas públicas  ambientais do município.
Por fim, haverá a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas  Degradadas das propriedades familiares até 200 hectares, que serão  utilizados para adesão ao CAR.
O projeto de Alta Floresta enfrentará, principalmente, o problema da  degradação de determinadas áreas de nascentes. Atualmente, 50% do  município foi desmatado e apenas 49% das 6.545 nascentes estão  preservadas, conforme dados da Secretaria de Meio Ambiente de Alta  Floresta.
Fonte: http://www.sonoticias.com.br
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