18 de fevereiro de 2011

Evento apresenta propostas para redução das emissões de carbono no Brasil

Uma nova dinâmica no uso da terra permitiria ao Brasil reduzir o desmatamento em 68% até 2030. De acordo com o Banco Mundial, cerca de 40% das emissões brutas de carbono do País vêm do desmatamento que, juntamente com a agricultura e a pecuária, representam 75% das emissões de gases de efeito estufa. Nos setores de energia e transporte, o índice é mais baixo devido à matriz energética brasileira baseada em fontes renováveis.

As contribuições do setor agropecuário para a redução das emissões dos gases de efeito estufa vão ser debatidas em Campinas, durante a apresentação do Estudo de Baixo Carbono para o Brasil, desenvolvido pelo Banco Mundial. O evento vai ocorrer em 21 de fevereiro de 2011, na Embrapa Informática Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Durante o evento serão apresentados e discutidos os resultados para o setor de Uso da Terra, Mudanças do Uso da Terra e Florestas (LULUCF, na sigla em inglês). O estudo já foi lançado em junho de 2010, em Brasília, para apresentação dos resultados gerais. Neste encontro em Campinas, vão ser divulgados relatórios técnicos detalhando a metodologia adotada, para atender a um público especializado.

O especialista em energia do Banco Mundial, Christophe de Gouvello, que coordenou o estudo, afirma que as políticas e os programas de proteção da floresta adotados pelo governo brasileiro têm sido bastante eficazes no combate ao desmatamento. Entretanto, ressalta que "o País pode usar outros instrumentos, como intensificar a pecuária para liberar pastagens para a expansão das atividades agrícolas e, assim, reduzir a necessidade de abrir novas áreas de desmatamento".

Para o Banco Mundial, o Brasil tem uma grande oportunidade para mitigar e reduzir as emissões, principalmente no uso da terra (como na agricultura e no desmatamento), na geração de energia, no transporte e no manejo de resíduos. Em cada uma dessas áreas, o estudo identifica oportunidades que não teriam nenhum impacto sobre o desenvolvimento econômico. Mas para alcançar um "cenário de baixas emissões de carbono" são necessários investimentos adicionais de cerca de US$ 400 bilhões nos próximos 20 anos, segundo essa pesquisa.

O Estudo de Baixo Carbono para o Brasil levou quase três anos para ser concluído e contou com uma equipe de especialistas brasileiros de várias instituições, entre elas a Embrapa. Os pesquisadores Luís Gustavo Barioni, da Embrapa Informática Agropecuária e Magda Lima, da Embrapa Meio Ambiente, coordenaram o módulo sobre pecuária e agricultura. No evento, Barioni fará uma sessão técnica sobre a redução das emissões na pecuária.

O pesquisador Luiz Adriano Maia Cordeiro, do Departamento de Transferência de Tecnologia da Embrapa vai falar sobre o trabalho que a empresa desenvolve em relação ao plano setorial do governo de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas visando à consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura. As ações são coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e integram o Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

Após a apresentação geral do estudo que será feita por Gouvello, haverá uma palestra dos especialistas Britaldo Soares Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e André Nassar, do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), coordenadores do tema Uso da Terra, Mudanças do Uso da Terra e Florestas. Também participam do evento como palestrantes os pesquisadores Bruno Alves, da Embrapa Agrobiologia; Magno Castelo Branco, da ONG Iniciativa Verde; e Ricardo Siqueira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).


Fonte: http://www.agrosoft.org.br

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