19 de agosto de 2010

Cerrado fora do mapa

Se hoje, dos 204 milhões de hectares que o Cerrado possuía originalmente, 57% já foram completamente destruídos, a previsão para o futuro também não é nada animadora. É que metade das áreas remanescentes já está bastante alterada e pode não mais servir à conservação da biodiversidade. Tanto que estudos da ONG ambientalista Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil) indicam que este bioma deverá desaparecer até 2030.
Expansão da fronteira agrícola, queimadas, crescimento não planejado das áreas urbanas são o atestado de poder destruição do homem frente à natureza. Estimativas ainda apontam que a taxa anual de desmatamento no Cerrado é alarmante (1,5% ou 3 milhões de ha/ano).
Neste ritmo, não há como a fauna e a flora locais se regenerarem. Entre os estados e regiões mais afetados por essa degradação estão Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, o Triângulo Mineiro e o Oeste da Bahia.
O levantamento feito pela CI-Brasil, a partir de imagens satélites, aponta para a seguinte realidade, diz Ricardo Machado, diretor da entidade: “O cerrado perde 2,6 campos de futebol por minuto de sua cobertura vegetal. Essa taxa de desmatamento é dez vezes maior que a da Mata Atlântica, que é de um campo a cada 4 minutos”, explica.
Machado vai mais longe: “Essa posição ignora o fato de o bioma abrigar a mais rica savana do mundo, com grande biodiversidade, e recursos hídricos valiosos para o Brasil. Nas suas chapadas estão as nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, do Prata e do São Francisco”, completa o estudioso.
Para ele, junto com a biodiversidade, estão desaparecendo as possibilidades de uso sustentável de muitos recursos, como plantas medicinais e espécies frutíferas que são abundantes neste bioma.
Para o biólogo Carlos Lehn, tutor do Portal Educação, é preciso investir na manutenção dessas áreas. “Precisamos urgentemente de uma política séria voltada para a preservação do Cerrado. Trata-se do segundo maior bioma da América do Sul e que reúne um grande número de espécies endêmicas da flora do Brasil”, explica.

Fonte: http://eptv.globo.com

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