O Pará continua ocupando a incômoda posição de líder do desmatamento em toda a região Norte e, dos cinco municípios que mais desmataram em toda a Amazônia no mês de março passado, cinco – Moju, Tailândia, Monte Alegre e Novo Progresso – são paraenses. Apenas os três primeiros municípios contribuíram com 15% do desmatamento total na região. Os números são do Instituto do Home e Meio-Ambiente da Amazônia (Imazon).
Em março de 2010, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) registrou 76 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. “Isso representa um aumento de 35% em relação a março de 2009 quando o desmatamento somou 57 quilômetros quadrados”, destaca o pesquisador Adalberto Veríssimo, coordenador da Pesquisa.
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2009 a março de 2010, que corresponde aos oito primeiros meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 1.000 quilômetros quadrados. Em comparação com o período anterior de agosto 2008 a março 2009, quando o desmatamento somou 806 quilômetros quadrados, houve um aumento de 24%. Ou seja, em qualquer situação nos deparamos com o aumento do desmatamento”, coloca Veríssimo.
Em março de 2010 o desmatamento ocorreu principalmente no Pará (45%) e em Mato Grosso (39%). O restante ocorreu em Rondônia (6%), Roraima (4%), Acre (4%), Amazonas (1%) e Tocantins (1%). “É bom lembrar que de agosto de 2008 a julho de 2009 o desmatamento foi reduzido a sete mil km² na Amazônia, a menor taxa da história, mas agora começou a subir novamente. Não é uma taxa estratosférica, mas é preocupante, diz o pesquisador”. Segundo ele, a tendência é que os números continuem aumentando até julho, quando termina a contagem do “ano fiscal” do desmatamento.
Ainda segundo o Imazon, o desmatamento acumulado no período de agosto de 2009 a março desse ano resultou no comprometimento de 65 milhões de toneladas de C02 equivalentes sujeitas a emissões diretas e futuras por eventos de queimadas e decomposição. “Isso representa um aumento de 34% em relação ao mesmo período anterior (agosto de 2008 a março de 2009) quando o carbono florestal afetado pelo desmatamento foi cerca de 48 milhões de toneladas de C02 equivalente”, coloca.
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Moju, Tailândia e Monte Alegre contribuíram com 15% do desmatamento total na região, segundo números divulgados pelo Imazon.
>> Municípios assinam acordo
Os municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Pacajá e Senador José Porfírio, localizados na região Transamazônica (BR-230, sudoeste do Estado, apresentam altas taxas de desmatamento e incidência de queimadas, graças ao padrão histórico de uso do solo da região. A partir de agora essa situação pode mudar. Os cinco municípios acabam de assumir o compromisso de agir em conjunto para reduzir o desmatamento e as queimadas em seus territórios. A formalização desse acordo ocorre às 19h hoje no auditório do hotel O Globo, em Altamira, com a assinatura de um protocolo de intenções entre os cinco municípios.
O acordo foi possível graças ao trabalho que o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e a Fundação Viver, Produzir, Preservar (FVPP) desenvolvem na região em parceria com as secretarias municipais de Meio Ambiente e Agricultura. A união dos municípios paraenses criará para eles vantagens em relação a outros municípios amazônicos que pleiteiam futuros recursos financeiros por meio de projetos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).
Fonte: www.diariodopara.com.br
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