5 de novembro de 2009

Minc volta a afirmar que Brasil terá meta de desmatamento e nega estratégia de protelação

BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a afirmar que o Brasil irá apresentar uma meta de redução de emissão de CO2 na conferência de Copenhague e reiterou que o adiamento do anúncio oficial até o dia 14 não é uma estratégia de protelação diplomática.
- O Brasil vai ter uma meta, um número, um protagonismo - disse o ministro Carlos Minc - O presidente já decidiu que irá apresentar uma meta ambiciosa. E ficou claro para todos no governo que precisamos apresentar compromissos sérios para conseguir captar recursos internacionais.
Ele se refere às propostas brasileiras que dependerão de financiamento externo, conhecidas como "Nama", sigla em inglês para Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas. Esses compromissos, se aceitos, receberão verbas do fundo internacional. Em outro eixo, o Brasil terá compromissos próprios, bancados por recursos internos.
Minc explicou que avaliações recentes de que a meta geral do Brasil deve ficar em 35% de redução na emissão de gases de efeito estufa pode ser um número conservador, já que não leva em conta intenções já anunciadas como o "aço verde", o fim da queima de cana de açúcar e a substituição de nitratos na agricultura. O ministro defende sua proposta original de "20 20", uma referência à soma de redução de 20% derivada da queda de 80% no desmatamento da Amazônia até 2020, somada à redução de outros 20% das emissões derivadas de outras ações, inclusive na siderurgia, agricultura e setor energético.
- Teremos a melhor proposta entre os países em desenvolvimento - assegurou Minc.
Segundo ele, há prognósticos desfavoráveis entre algumas nações, como a Índia. Por outro lado, outros grandes desmatadores devem apresentar metas que se aproximam do patamar de 40% de redução, como a Indonésia. Mas ele negou que o Brasil estivesse "segurando a carta na manga" e considerou salutar a pressão para que o Brasil divulgue seu número sem maiores atrasos para pressionar positivamente outras nações.
- Não vamos seguir essa linha não, de dizer que os Estados Unidos estão emperrando, então não vamos avançar. Se for assim, todo mundo vai lentamente recuando e acabamos com o planeta. Isto não é uma negociação de preço de algodão, onde se der errado, vamos discutir alguma outra fibra. Isto é uma negociação sobre o planeta, e não temos outro planeta - disse Minc.
Ele negou que existam reticências em alguns setores do governo sobre a possibilidade de avançar além do possível.
O Globo

Um comentário:

Anônimo disse...

Novamente nosso Ministro de colete coloca a sua alça de mira nos seus votos mais do que no bem da Nação. Enquanto todos os países em desenvolvimento sabem que o nome do jogo é trocar ações apropriadas (ver NANAs) por financiamento tendo em vista a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos (no que se refere a acumulação de gases de efeito estufa na atmosfera) ele fica oferecendo gratuitamente o nosso direito ao desenvolvimento. Aos que quiserem saber como estamos sendo usados por este senhor, favor ver as posições da China e India. Veja se esses países estão nesta polemica desfocada de metas versus não metas que vigora na imprensa. Perdemos o foco. O foco é quais são as metas de financiamento dos paises ricos para os em desenvolvimento para que possamos ter um futuro mais limpo que o sujo passado e presente deles. O Brasil é um pais limpo.

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