22 de junho de 2011

CE entre os que mais desmatam

O Ministério do Meio Ambiente divulgou no último dia 17 dados que apontam para diminuição do ritmo de desmatamento na Caatinga. No Ceará, enquanto se destruiu em média 646,71 km² do bioma, entre 2002 e 2008, foram 440,19 km² devastados em 2009.

Apesar da diminuição, é como se, em um ano, área pouco maior do que os municípios de Fortaleza e Maracanaú juntos tivessem sido destruídos. Em todo o Brasil, foram 1.921 km² de Caatinga destruídos em um ano.

Entre dez estados com ocorrência da Caatinga, o Ceará continua sendo o segundo que mais destruiu o bioma, atrás apenas da Bahia, que devastou 638,35 km² entre 2008 a 2009. No Ceará, ficam quatro dos 20 municípios brasileiros que mais desmataram a Caatinga (veja no mapa abaixo a lista dos dez municípios cearenses que mais destruíram o bioma).

Para a coordenadora do projeto Mata Branca, Maria Tereza Farias, Bahia e Ceará são os que mais desmatam porque são os dois estados com maior área de Caatinga. “Se os outros desmataram tudo, não serve de referência”, avalia. De acordo com ela, o projeto do Governo do Estado já capacitou 1.069 pessoas em projetos de conservação da Caatinga.

Maria Tereza também questiona sobre quanto da perda vegetal registrada pelos satélites é clandestina e quanto é autorizada por manejo de áreas florestais.

O coordenador do Núcleo do Bioma Caatinga do Ministério do Meio Ambiente, João Seyffarth, confirma que os satélites não diferenciam áreas de manejo florestal de áreas desmatadas. “Existem muito poucos planos de manejo aprovados na Caatinga e isso representará pouco no quantitativo total”, defende.

Carvão, lenha e pasto
Na avaliação do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetraece), Moisés Braz, tem havido maior conscientização por parte dos agricultores, mas ainda há derrubada. “Principalmente nos últimos três anos a gente tem identificado maior preservação. As queimadas diminuíram muito”, pontua. Para ele, porém, os grandes responsáveis pela destruição da Caatinga são as empresas carvoeiras e de retirada de lenha.

O prefeito de Boa Viagem, Fernando Assef, diz que a queima da vegetação para criação de gado é a principal causa dos desmatamentos na região do município. “Falta uma presença maior do governo federal e estadual. Do jeito que está o problema sério”, resume.

Quanto
ENTENDA A NOTÍCIA
O ritmo de destruição diminuiu de forma tímida: de 0,28% ao ano entre 2002 e 2008 para 0,23% em 2009. Apesar disso, sobram apenas 53,4% da Caatinga, que abrange áreas dos nove estados nordestinos e Minas Gerais.



Fonte: http://www.opovo.com.br

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