30 de outubro de 2010

Inpa amplia estudo sobre emissões de carbono na floresta amazônica

MANAUS - Diversas pesquisas sobre questões ambientais vêm sendo desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo o pesquisador do órgão, Niro Higuchi, o desmatamento na Amazônia diminuiu nos últimos três anos. Isto quer dizer que as emissões foram também reduzidas significativamente.

"Para estar em equilíbrio do ponto de vista de emissões, o desmatamento teria que ser zero.O Inpa monitora uma floresta não perturbada há trinta anos com base em três parcelas permanentes de um hectare cada. Estas três parcelas têm acumulado carbono numa ordem de uma tonelada de carbono por hectare por ano. Difícil é extrapolar para todo o Amazonas quiçá para a Amazônia”, disse o pesquisador.

Desde o ano de 2004, o Inpa ampliou este estudo para todo o estado do Amazonas. Atualmente, o Instituto conta com quase 1.500 parcelas espalhadas pelo interior do Amazonas.

“A partir deste ano, contamos com um projeto aprovado pela JICA (Agencia de Cooperacao Internacional do Japão) e em 2013 vamos responder se a floresta do Amazonas absorve ou emite carbono para a atmosfera”, contou Niro.

Concentração de Carbono

O atual nível de concentração de Carbono (CO2) na atmosfera, aparentemente, não tem afetado a floresta e nem os humanos. No entanto, os efeitos colaterais, provavelmente, associados com este aumento estão afetando as florestas e a sociedade.

“Os efeitos colaterais desta concentração de carbono podem ser as tempestades de 2005, a seca de 2005, El Nino “modoki” de 2009 etc. As tempestades de 2005 mataram tantas árvores quanto ao desmatamento do mesmo ano”, destacou Higuchi.


O pesquisador disse ainda que as árvores dependem do carbono na atmosfera para crescerem. No entanto, esta resposta depende de vários outros fatores (idade, distribuição espacial, associação botânica, grau de tolerância à sombra etc.). Além disso, há um limite máximo de concentração de CO2 para que a árvore responda positivamente.

"A nossa estimativa é que as raízes das árvores representam 20% do reservatório de carbono de uma floresta”, enfatizou.

Niro Higuchi alerta que a sociedade deve evitar fazer queimadas na floresta amazônica, e ficar mais atenta aos produtos produzidos a partir das combustões na Amazônia.

“A sociedade poderia ser mais crítica em relação à razão benefício e custo das queimadas. Por exemplo, o desmatamento sozinho na Amazônia contribui com, aproximadamente, 75% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil; em contrapartida, a região contribui com menos de 10% do PIB. É justo isto?”, finaliza o pesquisador com uma indagação à sociedade.

Fonte: http://portalamazonia.globo.com/

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