26 de novembro de 2009

Cai desmatamento de corte raso em Mato Grosso, diz governo

“Mato Grosso foi o único Estado da Amazônia Legal que teve variação negativa, enquanto que os demais apresentaram variação positiva. Este indicativo sustenta a afirmativa que em nosso Estado o desmatamento do tipo corte raso está diminuindo gradativamente”, afirmou o secretário-adjunto de Qualidade Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Salatiel Araújo, ao comentar os dados divulgados nesta quinta-feira (26.11), pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em relação ao mês de outubro.

Segundo dados do boletim Transparência Florestal, em outubro de 2009, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) registrou 194 quilômetros quadrados de desmatamento na região, um aumento de 90% em relação a outubro de 2008 quando o desmatamento somou 102 quilômetros quadrados.

Por outro lado, de acordo com o boletim, houve queda de 10% em relação ao mês anterior (setembro de 2009), quando foram registrados 216 quilômetros quadrados de áreas desmatadas.

Salatiel Araújo disse que em relação ao desmatamento do tipo degradação progressiva que, “apesar de Mato Grosso apresentar nos últimos meses quantidades significativas deste tipo de desmatamento ainda não é possível afirmar que está havendo aumento ou diminuição da área desmatada uma vez que não há dados de dois ciclos anuais completos para que possa ser feita uma comparação”.

“O Governo do Estado, por meio da Superintendência de Fiscalização da Sema, continuará nos próximos meses a atuar com rigor, em todo o Estado, com o objetivo de coibir atividades de desmatamento ilegal”, salientou ele.

Para as operações nesse sentido, a Superintendência conta com um helicóptero que, utilizado em operações em conjunto com as equipes terrestres, multiplica em muito a capacidade de fiscalização e observação, possibilitando aos fiscais o acesso rápido e preciso aos locais identificados nos sistemas SAD, do Imazon e Deter, do Inpe.

Além disso, Salatiel Araújo disse que devido à quantidade de nuvens que são registradas normalmente no período de outubro a março, o monitoramento de desmatamento deve ser inviabilizado. “A expectativa é de que os sistemas de detecção não tenham a mesma oportunidade de detecção dos outros meses. Em razão desse empecilho, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), vem utilizando imagens de radar que não são afetados pelas nuvens. Isso significa que haverá acompanhamento mensal das atividades ilegais e, oportunamente, a fiscalização e o embargo dessas áreas, mesmo com o empecilho das nuvens”.

Além dos dados mensais, o Estado já está analisando os polígonos de desmatamento do período 2008/2009 levantados recentemente pelo PRODES - Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que tem periodicidade anual, e estará averiguando todos eles até o ano que vem.

“A Sema também está preocupada com o quantitativo de desmatamentos dos tipos corte raso e degradação progressiva que estão sendo detectados pelo Prodes, Deter e SAD em terras indígenas e assentamentos federais. Uma reunião de avaliação será realizada na próxima semana para definir os procedimentos que o Estado adotará para o enfrentamento destes desmatamentos. Cabe ainda ressaltar que nestas áreas o combate aos ilícitos são também de responsabilidade do Governo Federal por meio do Ibama, Incra e Funai”, destacou Salatiel Araujo.

BOLETIM IMAZON – Em relação ao desmatamento acumulado de agosto a outubro de 2009 (três primeiros meses do calendário atual de desmatamento), o boletim aponta para um total de 682 quilômetros quadrados de área desmatada. Isso representa, segundo dados do Imazon, um aumento de 30% em relação ao desmatamento ocorrido no mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 525 quilômetros quadrados.

De acordo com o boletim Transparência Florestal o desmatamento ocorreu em maior proporção nos estados do Pará (45%), Mato Grosso (22%) e Rondônia (13%), e menor proporção, no Amazonas (9%), Roraima (6%), Amapá (3%) e Acre (2%). Em outubro de 2009, as florestas degradadas somaram 104 quilômetros quadrados. Desse total, 42% ocorreram no Mato Grosso, 27% no Pará, 27% em Rondônia e 4% no Amazonas.

Em outubro de 2009 foi possível monitorar com o SAD 87% da Amazônia Legal (exceto Maranhão que não foi objeto de análise), pois somente 13% do território estavam cobertos por nuvens. Além disso, do desmatamento total detectado em outubro de 2009, somente 15% (30 quilômetros quadrados) podem ter ocorrido nos meses anteriores devido estarem situados em áreas cobertas por nuvens.

Fonte: Só Notícias (www.sonoticias.com.br).

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