15 de novembro de 2008

Milhares de peixes mortos são encontrados em rio de MT

Milhares de peixes mortos são encontrados em rio de MT




Peixes típicos da região do Araguaia, como matrinxãs e pacus foram encontrados mortos em Nova Xavantina, distante a 645 quilômetros de Cuiabá por ribeirinhos e indígenas na última semana.
A suspeita é que um vazamento de susbstâncias de um frigorífico tenha provocado o dano ambiental. A mortandade dos peixes pode ser avistada em 30 quilômetros ao longo do rio Areões, que deságua no rio das Mortes, um dos principais rios que abastecem Nova Xavantina. O frigorífico emprega cerca de 780 pessoas para abater mil cabeças de gado diariamente. O sangue oriundo dos abates é recolhido em grandes tanques de decantação, que passa por vários processos de purificação até ser despejado ocasionalmente nos rios.
Em Nova Xavantina algo de errado aconteceu. É o que constata o biólogo João Lima Filho, bolsista do Laboratório de Ictiologia e Liminologia da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). "Nós fomos verificar o que estava acontecendo. Uma equipe do laboratório verificou que os níveis de oxigênio da água e PH estavam muito baixos. O oxigênio estava com 0,34 mg/litro, quando deve ser entre 5 a 8 e o nível de PH estava com 2,77 mg/litro, quando o normal seria de 4 a 8", informa.
Os estudos da Universidade detectaram que somente uma ação humana poderia provocar tamanha alteração nos rios da região. "Nós percebemos que só uma ação do homem que colocou algum produto no rio poderia causar a morte de toneladas de peixes", ressalta. E os estragos devem continuar. É que às margens do rio Areões existe uma comunidade indígena e dois assentamentos rurais que necessitam da pesca como forma de sobrevivência. Para o biólogo, essas comunidades vão conviver com os efeitos do impacto ambiental por no mínimo seis meses. "Possivelmente por seis meses eles terão dificuldades para voltar a pescar como antes", ressalta.

Justiça

O Ministério Público de Nova Xavantina já investiga as causas do desastre ambiental. Segundo o promotor de Justiça, Nilton Padovan, este não é o primeiro caso registrado na região. Ele explicou que em outras duas ocasiões foram encontrados peixes mortos em rios da região. Mas a quantidade de peixes mortos que apareceu da outras vezes foi bem menor e não como desta vez. Agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estiveram ontem (12) na cidade e interditaram o frigorífico. Técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) devem chegar ao local amanhã para analisar a estrutura do estabelecimentos e as análises feitas pela Unemat.
Para Padovan, a empresa deve restabelecer o meio ambiente do rio Areões."O frigorífico deverá repor o meio ambiente. Eles deverão soltar alevinos no rio e acompanhar o desenvolvimento dessas espécies", ressalta. Na segunda-feira (17), em posse dos documentos emitidos pelo Ibama, Sema e Unemat, o promotor disse que deverá formalizar uma ação pedindo a interdição do empreendimento na justiça.
A reportagem do site da TV Centro América entrou em contato com o frigorífico que informou por meio de sua assessoria de imprensa que uma equipe do Departamento de Meio Ambiente vinculada à empresa realiza análises da água e que só após o resultado irá se posicionar.

RMT Online







Ass: Desmatamento Brasil (desmatamentobr.blogspot.com) e Peixes na Água (peixesnaagua.blogspot.com)

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