21 de fevereiro de 2011

Procurador garante denunciar envolvidos na Operação Jurupari em 10 dias

Depois de quase um ano da polêmica Operação Jurupari, deflagrada pela Polícia Federal contra crimes ambientais em Mato Grosso, o Ministério Público Federal (MPF) deverá apresentar a denúncia à Justiça já na próxima semana.

O procurador da República, Mário Lúcio Avelar, disse em entrevista ao site da TVCA que a previsão é de que o relatório esteja finalizado em 10 dias e garante se tratar de um trabalho “minucioso”.

“Ainda estamos fazendo as análises necessárias, pois, se trata de muitas pessoas envolvidas. Porém, acredito que já nos próximos dias a denúncia esteja finalizada”, frisou. Ao todo 93 pessoas entre engenheiros, empresários, fazendeiros, servidores e assessores políticos foram indiciadas pela PF por envolvimento com extração, transporte e comércio ilegal de madeira no Estado.

Apesar de não querer entrar em detalhes quanto a nomes, ao que tudo indica, o procurador deverá oferecer a denúncia contra todos os envolvidos, o que permitirá a instauração de processo.

Na lista de indiciados está a esposa do deputado José Riva (PP), Janete Riva, os assessores Adilson Figueiredo e Cristiano Volpato. Também são investigados o ex-secretário de Estado de Meio Ambiente Luis Henrique Daldegan, o ex-secretário adjunto de Desenvolvimento Florestal, Afrânio Migliari, apontado como líder do esquema, e o chefe de gabinete do governador Silval Barbosa (PMDB), Silvio Correa.

Eles teriam suposta ligação com o esquema a partir do momento em que contribuíram para a retirada ilegal de madeira de área indígena e de fraude em documentos para transporte das mesmas de forma irregular, ou seja, como sendo de áreas de preservação ambiental.
 
Dessa forma, os envolvidos são acusados pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção de servidores públicos, desmatamento ilegal, falsificação e uso de documentos públicos, falsidade ideológica, furto de madeiras no interior de áreas protegidas; invasão de terras públicas, advocacia administrativa, corte de árvores e destruição de florestas em áreas protegidas.

Polêmica

A operação Jurapari foi realizada no dia 21 de maio de 2010 e despertou a ira em diferentes setores da sociedade civil rendendo muita polêmica ao levar 91 pessoas presas preventivamente por determinação do juiz da 1º Vara Federal, Julier Sebastião da Silva.
 
As prisões foram consideradas ilegais por advogados e políticos que alegaram que a ação da PF esteve repleta de irregularidades, como, por exemplo, a falta de provas concretas, a inexistência da individualização de conduta e, principalmente a ausência de distribuição no Judiciário.


Por conta do “episódio”, setores da classe política chegaram a remeter ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e outros órgãos de Brasília um abaixo-assinado solicitando o afastamento do juiz federal assim como do procurador da República.

Fonte: http://www.expressomt.com.br

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