20 de novembro de 2010

Instalação de fábricas em área residencial gera polêmica em Petrópolis

Moradores do bairro Carangola, em Petrópolis, querem impedir a instalação de uma unidade da GE na área. O empreendimento foi anunciado em agosto pela prefeitura, que aprovou uma lei transformando um endereço residencial em Área de Especial Interesse Econômico. Dezenove pessoas que vivem próximo à futura indústria enviaram um abaixo-assinado para o Ministério Público estadual (MPE) e Ministério Público federal (MPF) contestando a validade da lei. Entre os argumentos, está o de que a Lei de Uso e Parcelamento e Ocupação do Solo do município classifica a região como estritamente residencial.

— Não somos contra a instalação de um novo empreendimento na cidade, mas o Carangola não é o local adequado, já que é resi-dencial. Vai haver um grande impacto ambiental e social no bairro — afirma Alexandre Louro, morador da região.

Ele explica que a área abriga grande parte de flora e fauna da Mata Atlântica: — Houve desmatamento na limpeza do terreno onde ficará a indústria. Também percebemos o aumento no número de animais silvestres que vêm aparecendo mortos devido à destruição de seu habitat. Existem outros locais em Petrópolis que poderiam abrigar o empreendimento sem causar esses danos — explica.

Os moradores do Carangola denunciam que uma empresa já instalada no bairro, que presta serviços para a GE, na Rua Agostinho Bernardo, estaria realizando atividades industriais, apesar de ter o alvará de funcionamento de escritório.

— É barulho o tempo todo, não importa se é domingo ou de madrugada — conta Fernando Alfredo da Fonseca, vizinho da empresa. Procurada pelo GLOBO-Serra, a prefeitura informou que a transformação da região em Área de Especial Interesse Econômico foi aprovada pela Comissão Permanente de Avaliação da Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo (Coperlus). Em relação à denúncia de uma fábrica em funcionamento na região, alega que foi feita a medição de decibéis produzidos no local e o nível está dentro do permitido.

A prefeitura ressalta ainda que as empresas estão de acordo com as leis ambientais e que não houve parte da Mata Atlântica destruída, até porque o terreno era gramado e havia apenas uma árvore. E lembra que foi entregue à direção da GE por moradores da região e dos arredores um abaixo-assinado com cerca de 300 adesões, no dia do lançamento da pedra fundamental, apoiando a implantação do empreendimento no bairro.

Em nota, a GE informou que representantes da Secretaria municipal do Meio Ambiente estiveram no local para garantir que as obras fossem realizadas dentro dos parâmetros estabelecidos em lei. A empresa ressalta que o empreendimento tem investimento inicial de US$ 10 milhões e deve gerar cerca de 40 novos postos de trabalho diretos, sem levar em conta os empregos indiretos. “A GE reafirma o seu comprometimento com a cidade de Petrópolis e sua população. A empresa continuará a gerar emprego e renda na região e esta à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que vierem a surgir quanto ao novo empreendimento”, afirma a nota.

Fonte: O Globo

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