Na ocasião, diversos países, alguns ligados à União Europeia (UE), organizações não-governamentais e representantes da indústria de biocombustíveis compartilharam suas opiniões sobre os efeitos gerados pela produção de combustíveis renováveis sobre mudanças indiretas no uso da terra (Indirect Land Use Changes, ou ILUC na sigla em inglês).
"Nós encorajamos todas as partes a abordar as questões da mudança no uso da terra em discussões políticas internacionais. Consultas públicas abrangentes são uma pré-condição para dados precisos e boas políticas" disse o representante-chefe da Unica na União Europeia, Emmanuel Desplechin, que descreveu como "lamentável, se não precipitada, a decisão da Comissão Europeia (CE) de considerar opções políticas para o tema, antes de avaliá-lo adequadamente de forma científica.
De acordo com Desplechin, a Unica e várias empresas europeias que foram consultadas concordam que "a ciência ainda não avançou o suficiente para estabelecer com precisão um entendimento comum e significativo sobre as mudanças no uso da terra".
Muitos participantes da reunião levantaram a preocupação de que a Organização Mundial de Comércio (OMC) irá questionar a credibilidade das evidências cientificas que estão sendo utilizadas para as políticas destas mudanças, já que não foi feita uma consulta abrangente à comunidade cientifica sobre o assunto e ainda há diferentes cálculos de mudanças de uso da terra para o etanol de cana-de-açúcar, concluiu o representante da Unica.
Durante o evento, os participantes concordaram que o etanol de cana é o mais eficiente entre os combustíveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), até mesmo quando o uso da terra é considerado. "Instrumentos políticos como a Diretiva de Tributação de Energia devem ser desenvolvidos para incentivar um maior uso de etanol", argumentou Desplechin.
Junto com outras partes interessadas, a Unica incentivou a evolução de temas relacionados com as mudanças de uso da terra na agenda de políticas internacionais, para proteger áreas ricas em carbono e evitar emissões de CO2 de qualquer fonte ou país. "Nós reiteramos nosso apoio à promoção de temas relacionados à mudança no uso da terra no âmbito político internacional como um passo para o objetivo principal das legislações: limitar ou evitar emissões globais de CO2 de todas as fontes", concluiu Desplechin.
Fonte: http://www.agrosoft.org.br
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