Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República, afirma que deverá seguir com "determinação" o compromisso de reduzir as taxas de desmatamento no bioma, que têm apresentado tendência de queda nos últimos anos. Por outro lado, defende a construção de grandes empreendimentos na Amazônia brasileira, como a hidrelétrica de Belo Monte.
"A preservação deste bem (Amazônia) é um dever do Brasil para com os brasileiros do futuro. Esta riqueza natural é um potencial para nosso desenvolvimento sustentável. Manter este compromisso é nossa maior determinação", disse ela em resposta a questionário enviado pelo Globo Amazônia por e-mail aos candidatos que disputavam o primeiro turno.
Vale lembrar: a Amazônia já perdeu cerca de 15% de sua cobertura original por conta do desmatamento, segundo relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado em setembro de 2010. A maior parte da devastação corresponde ao Arco do Desmatamento (entre o Sul do Pará e o Norte de Mato Grosso), onde áreas imensas foram desmatadas para a formação de pastagens e plantações.
De acordo com Dilma, "o Brasil pode expandir sua produção agrícola sem desmatar". A candidata lembra que "hoje existem 60 milhões de hectares de pasto mal utilizados ou subutilizados, que precisam ser recuperados". Segundo ela, "é área mais que suficiente para expandir nossa produção agrícola pelas próximas décadas", afirma.
A candidata considera ainda "importantíssimo" o debate sobre a mudança no Código Florestal, que pode diminuir ou anular áreas de reserva legal em propriedades no País, entre outras alterações. Segundo Dilma, a discussão sobre uma nova legislação ambiental no Brasil "não pode ser feita de forma precipitada". Mais: "Não é possível ser conivente com o desmatamento ou leniente com desmatadores", disse.
Se eleita, uma vez que foi definido o segundo turno da disputa presidencial com o candidato tucano José Serra, Dilma pretende dar prosseguimento à construção da usina de Belo Monte, em Altamira, no Pará. A obra é considerada polêmica porque deverá resultar na retirada de comunidades tradicionais e indígenas da região, além de diminuir a vazão de água para outras áreas ao longo do Rio Xingu.
Para a candidata, a obra é uma "realidade e uma necessidade". "A energia é essencial para que sejam atingidos os objetivos econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável", diz a candidata. Segundo ela, é possível aliar a construção de novas usinas com a preservação do meio ambiente. Isso seria feito a partir de iniciativas de reflorestamento e recuperação de matas ciliares, de acordo com Dilma.
Fonte: http://eptv.globo.com
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