30 de dezembro de 2009

Proteção da Amazônia passará por 'prova de fogo' em 2010

Em 2010, a proteção da Amazônia passará por uma “prova de fogo”. O fim da crise econômica, as eleições e a construção de grandes obras trazem dúvidas se, mesmo em um ano mais agitado política e economicamente, a velocidade do desmatamento será como em 2009.

Entre agosto de 2008 e julho deste ano, imagens de satélite analisadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram que a floresta perdeu 7.008 km². Essa é a menor taxa anual de desmatamento desde que o instituto começou a medir a devastação da floresta, em 1988.

E como será em 2010? Especialistas temem que, com o reaquecimento da economia, a agropecuária, o corte de madeira e a produção de carvão voltem a pressionar a floresta, e os números não sejam tão bons.

Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia

Eleições

As eleições também podem atrapalhar a proteção da floresta. Segundo o Ibama, a queda do desmatamento em 2009 foi causada pelo aumento da fiscalização. Para não desagradar regiões que dependem economicamente do desmatamento ilegal, candidatos podem promover mais resistência às ações dos órgãos ambientais.

Outra incógnita para 2010 é se a candidatura de Marina Silva (PV) à presidência pode trazer uma “concorrência benéfica” para a floresta. Como a bandeira mais forte da senadora acreana é a ecologia, a tendência é que outros candidatos reforcem as causas ambientais em seus planos de governo, e a Amazônia sai ganhando.

Grandes obras

A construção de estradas e hidrelétricas também desperta apreensão sobre o ano que está por vir. Há grande torcida, contra e a favor, sobre a liberação da reforma da rodovia BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, e da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Ambas as obras aguardam licença do Ibama e são contestadas por ambientalistas.

Ao mesmo tempo, há expectativa sobre os impactos de empreendimentos que já foram liberados e estão atraindo milhares de trabalhadores para a Amazônia, como as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, e a mina de bauxita de Juruti, no Pará.

Troca de ministros

Para completar a “prova de fogo”, em março o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, deixará o cargo para participar das eleições como candidato a deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Quem deve assumir o posto é a secretária-executiva do ministério, Isabela Teixeira.

Fonte: G1

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