28 de agosto de 2009

Fiscalização apreende 7 mil metros cúbicos de madeira ilegal em MT

Carga vale cerca de R$ 12 milhões no mercado final.Estado de Mato Grosso já perdeu mais de 40% de suas florestas.




Uma fiscalização ambiental fechou quatro serrarias e aprendeu mais de 7 mil metros cúbicos de madeira retirada ilegalmente em Mato Grosso. São quinze mil árvores derrubadas num único município. Mato Grosso só perde para o Pará em matéria de desmatamento e já derrubou mais de 40% de suas florestas, uma área que equivale a nove estados de Sergipe.
"Meu amigo, dentro da lei, ninguém está ”, diz um madeireiro local sem saber que estava sendo gravado. E os fiscais do Ibama comprovaram o fato nas serrarias da cidade de Aripuanã, onde eles encontraram mais de 7 mil metros cúbicos de toras roubadas da floresta. Vendida em São Paulo, essa carga renderia cerca de R$ 12 milhões.
“Essa madeira pode ter vindo de um desmatamento ilegal, de uma terra indígena, de um parque ou até roubada de uma propriedade rural”, explica o chefe de fiscalização do Ibama em Mato Grosso, Rodrigo Dutra. As toras apreendidas equivalem a 15 mil árvores derrubadas.
O monitoramento por satélite feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela como o desmatamento avançou no estado. Até 1997, 125 mil quilômetros quadrados das florestas do estado tinham sido derrubados. Onze anos depois, Mato Grosso já tinha perdido 202 mil quilometros quadrados. O prefeito do município, que é dono de serraria, acha que o setor madeireiro ainda tem espaço para crescer. “Aripuanã tem só 12 % de sua área desmatada. Nosso nível de floresta é grande", afirma Carlos Torremocha.

Sem registro

Quatro serrarias foram fechadas. Uma não tinha nenhum registro para funcionar. As outras três não apresentaram comprovantes de origem da madeira. Numa delas, a quantidade de toras era 200% maior que o volume autorizado para corte. “Algumas empresas acabam trabalhando na ilegalidade para tocar os seus negócios. Isso não é a parcela toda do setor", argumenta Fabiana Rodrigues Aguilar, presidente do sindicato das serrarias de Aripuanã. Segundo ela ‘no máximo 10%” atuam ilegalmente.A polícia federal abriu inquérito para investigar as empresas. Os proprietários que adquiriram as toras retiradas de áreas sem autorização vão responder por sonegação de impostos e crimes ambientais.
Globo Amazônia

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