15 de março de 2009

Peruanos invadem parque brasileiro na Amazônia para roubar madeira nobre

Peruanos invadem parque brasileiro na Amazônia para roubar madeira nobre






Um acampamento de madeireiros peruanos que invadiram a fronteira brasileira para cortar madeira foi encontrado pelo Ibama de Cruzeiro do Sul, no Acre. As instalações flagradas ficam dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor, no extremo oeste brasileiro. Segundo o chefe da unidade local do instituto, Márcio Venício Lima, esse mesmo acampamento já havia sido destruído no final de 2007, mas os madeireiros voltaram.
O flagrante foi feito durante um sobrevoo realizado pelo Ibama no final de fevereiro. De acordo com Lima, os peruanos ainda não foram expulsos, pois para isso é necessário descer no local de helicóptero, e o Ibama está sem aeronaves porque venceu o contrato com a empresa que aluga os aparelhos para o instituto. Ele afirma, contudo, que uma operação já está prevista para os próximos dias, quando as questões burocráticas forem resolvidas.
Essa não é a primeira invasão de terras brasileiras para o roubo de madeira. Um relatório do Ibama de Cruzeiro do Sul informa que, entre 2003 e 2007, 9400 metros cúbicos de madeira foram destruídos em operações contra madeireiras peruanas. Segundo Lima, foi necessário usar bombas e motosseras para estragar a madeira, pois não era possível transportá-la pelo lado brasileiro, onde o relevo é muito acidentado. No mesmo período, o relatório informa que foram presos 79 peruanos e 18 brasileiros por causa do desmatamento na fronteira.
O chefe do Ibama local conta que do lado peruano quase já não há madeira nobre, enquanto o lado brasileiro é protegido pelo Parque Nacional da Serra do Divisor, pela Reserva Extrativista do Alto Juruá e por reservas indígenas, onde árvores como o cedro e o mogno – esta, ameaçada de extinção – ainda existem em abundância. Segundo Lima, os acampamentos das madeireiras peruanas que invadem a fronteira são precários. “Eles trabalham de forma sub-humana, vivem em tapiris [cabanas], dormem no chão”, descreve. “Eles nunca respeitam a fronteira. Quem vem trabalhar na tem a menor noção de espaço físico ou territorial.” Para chegar até os acampamentos, o Ibama tem contado com o apoio da Polícia Federal e do Exército. “Começamos a fazer infiltrações descendo dos helicópteros de rapel, descendo 2 ou 3 quilômetros antes dos acampamentos, fazendo ataques-surpresa”, conta o chefe do Ibama, explicando que as invasões dos madeireiros têm diminuído consideravelmente. “Se a gente para um pouco de andar na fronteira, eles voltam. Fazemos a cada dois meses o reconhecimento de helicóptero”, diz.
Ass: Desmatamento Brasil (desmatamentobr.blogspot.com)

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