20 de janeiro de 2009

Moradores do Maranhão ganham casas ecológicas

Moradores do Maranhão ganham casas ecológicas



Moradores do Assentamento Ilha Grande do Paulino, em Tutóia, no Maranhão, estão sendo beneficiados com uma experiência pioneira: a construção de casas ecológicas.
Da casa antiga onde morava com o marido e a filha, Rosilene Machado só guarda a lembrança do desconforto. “Era muito pequena”, disse. Rosilene mora em um assentamento do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Ilha Grande do Paulino, uma das 72 ilhas do Delta do Parnaíba, localizado entre o Piauí e o Maranhão. A agricultora foi escolhida pelo Ministério do Meio Ambiente para receber a primeira casa ecológica ilha. O projeto é piloto e faz parte do programa governamental que quer usar técnicas de bioconstrução para melhorar a vida da população da comunidade. A bioconstrução é uma técnica que usa materiais de baixo impacto ambiental.
A escolha por este assentamento levou em consideração as condições de preservação ambiental da ilha, a facilidade de transporte, os atrativos turísticos na comunidade e o fato de já existirem recursos liberados pelo Incra para a melhoria das moradias. A casa de Rosilene foi construída em regime de mutirão pela comunidade que recebeu capacitação. Nas paredes externas, os tijolos deram lugar ao super adobe, uma mistura de terra e barro, colocada dentro de um saco de rafia. Na estrutura interna foram usados adobes tadicionais. Tudo feito na ilha e pelos moradores. Parte da madeira utilizada na construção foi reaproveitada da antiga casa de Rosilene.

Conforto térmico

A arquiteta responsável pelo projeto é Cecília Prompt, consultora do Ministério do Meio Ambiente e que foi ao Maranhão orientar a construção. Cecília explicou que a casa ecológica é perfeita para o clima da região, o que garante o chamado “conforto térmico”. "Tem vários fatores que a tornam mais ambientalmente correta, inclusive no aspecto do conforto térmico”, falou Cecília. A casa tem cem metros quadrados, com sala de estar, copa e cozinha, banheiro e dois quartos. A casa da família Machado vai servir como unidade demonstrativa de construções sustentáveis. A idéia é utilizar esta tecnologia para construir as outras 33 casas da comunidade e levar este projeto a ilhas costeiras do Maranhão, que são áreas de proteção ambiental. Na Ilha Grande do Paulino moram 34 famílias que vivem da pesca e da extração do caranguejo. Como o sustento da população depende da preservação, o projeto piloto de bioconstrução ajudará a comunidade a aprender a construir agredindo o mínimo possível o ambiente.

Ecoturismo

A ilha vai ser inserida no roteiro do ecoturismo em Tutóia. É uma proposta do meio ambiente que estimula o turismo de base comunitária. As casas ecológicas serão uma atração a mais. "É uma maneira de levar esse povo a trabalhar com turismo e receber dividendos de uma forma que não descaracterize a tradição e a cultura deles”, afirmou Márcio Barragana, técnico do Instituto Chico Mendes. Cada casa custa R$ 7 mil.






Ass: Desmatamento Brasil (desmatamentobr.blogspot.com)

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