3 de outubro de 2010

Pesquisa para o baixo carbono

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lança chamada para financiar uma pesquisa científica que identifique os efeitos potenciais sobre a estrutura econômica da indústria brasileira resultante da adoção de tecnologias de baixo carbono nos países desenvolvidos. A apresentação de propostas vai até 8 de outubro. Podem apresentar projetos instituições brasileiras incumbidas regimental ou estatutariamente do ensino e da pesquisa, desde que sem fins lucrativos e detentoras de inquestionável reputação ético-profissional. O roteiro para a Consulta Prévia está no site do BNDES (www.bndes.gov.br).
Dados do primeiro Inventário de Emissões de gases do efeito estufa para o Brasil mostram que grande parte das emissões brasileiras de Gases de Efeito-Estufa (GEE) refere-se ao processo de mudança de uso da terra e florestas, muito associado ao processo de desmatamento (58%). A atividade agropecuária também apresenta participação relevante nas emissões (22%). Esse padrão difere das emissões de GEE no mundo, em que cerca de 60% das emissões está relacionada ao uso da energia, em especial para transportes, geração de eletricidade e indústria. As emissões associadas ao desmatamento e agropecuária respondem por cerca de 30% do total, bem abaixo dos 80% no caso brasileiro.
A partir da disparidade na estrutura de emissões entre o Brasil e o resto do mundo, o país teria oportunidade de diminuir seu nível atual de emissões a um custo relativamente baixo, apenas com base em políticas de redução do desmatamento e de uso mais racional da terra. Essa oportunidade que se apresenta ao Brasil é única entre os principais países emissores. Como a maior parte das emissões está associada ao consumo de combustíveis fósseis para geração de energia, as principais trajetórias de desenvolvimento tecnológico dirão respeito a uma significativa redução da dependência de combustíveis fósseis. Isso implicará gastos expressivos em pesquisas com vistas à descarbonização das economias desses outros países, sobretudo nos setores industriais.
Nesse sentido, a pesquisa científica e tecnológica principalmente em novos processos industriais, com maior eficiência energética, reaproveitamento eficaz de resíduos, efluentes e emissões gasosas, bem como níveis superiores de conformidade e rastreabilidade e novos produtos, mais ‘inteligentes’ com emprego de novos materiais vão ganhar força nas próximas décadas.

Fonte: http://www.opovo.com.br

Um comentário:

SABER GLOBAL disse...

Excelente!!! Inclusive, já convidamos o BNDES para participar do IIIFORUM DA TERRA que aborda a transição para a economia de baixo carbono. http://forumdaterra.blogspot.com/2010/09/programacao-do-iii-forum-da-terra.html

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