5 de setembro de 2010

No Dia da Amazônia, Marina defende fim das queimadas

A candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, lançou neste domingo (5), Dia da Amazônia, o movimento Setembro Livre. Durante manifestação sob uma tenda montada em frente ao parque que leva o nome do líder sindical e ecologista Chico Mendes, em Rio Branco (AC), a candidata disse que o Setembro Livre defende que as pessoas tenham liberdade para votar em quem acreditam.

"Como hoje é o Dia da Amazônia, nós queremos que a Amazônia seja livre de queimadas, livre do modelo predatório que já destruiu uma boa parte do Cerrado e da Caatinga e praticamente acabou com a Mata Atlântica. Que isso não se repita aqui na Amazônia", afirmou.

Cercada de dezenas de crianças, que improvisaram teatro e fizeram a leitura de cartas em defesa da Amazônia e da candidatura dela, Marina Silva lembrou a passagem pelo Ministério do Meio Ambiente. Ela disse que estava participando da manifestação para selar o compromisso dos investimentos com a implementação do Plano Amazônia Sustentável, durante a gestão como ministra.

A candidatada disse que o plano de combate ao desmatamento reduziu o índice na Amazônia, e que ele continua a cair. Segundo ela, chegou a hora dos investimento na agenda do desenvolvimento sustentável.

"Para isso, vamos necessitar de uma média de R$ 34 bilhões adicionais, durante dez anos, para que a Amazônia fique livre definitivamente das queimadas, do uso improdutivo de grandes áreas para a pecuária e que a gente possa, com o uso de tecnologia, aumentar a produção por ganho de produtividade", acrescentou.

Marina Silva criticou o desordenamento territorial e fundiário da Amazônia e defendeu o zoneamento ecológico-econômico como forma de favorecer as várias atividades econômicas e pessoas que vivem na região. Defendeu, ainda, investimentos pesados em tecnologia, educação, transporte e energia, para viabilizar o desenvolvimento sustentável, mas com cuidados para com as populações locais e o meio ambiente.

"Com esses investimentos, a gente muda o modelo de desenvolvimento e não se repetirá na Amazônia, o que já aconteceu na Mata Atlântica e está acontecendo na Caatinga e no Cerrado. Aqui, na terra de Chico Mendes, eu quero dizer que o desenvolvimento sustentável começa agora".

A candidata disse que basta transformar em políticas públicas as boas propostas que já existem e citou o plano de combate ao desmatamento, o plano Amazônia Sustentável e o plano BR-163 Sustentável. Segundo Marina Silva, isso fará com que a região seja próspera, culturalmente diversa e rica e, ao mesmo tempo, que tenha justiça social com proteção ao meio ambiente.

"O Setembro Livre sinaliza um novo modelo de desenvolvimento, livre da velha visão que pensa que a natureza é inimiga da vida das pessoas. É a base sobre a qual nos desenvolvemos, crescemos e melhoramos a vida das pessoas'.

Para combater o uso do fogo na Amazônia, a candidata citou as experiências feitas no Acre pelas organizações WWF e Amigos da Terra Amazônia Brasileira em que as pessoas, utilizando as novas práticas de manejo de pastagens, não precisam fazer queimadas. Ela disse que a Embrapa já utiliza essas tecnologias, mas que falta assistência técnica na região.

"A maior parte das respostas técnicas nós temos. O que nós não temos é a decisão política e ética de viabilizar os recursos para implementar essas novas práticas. É por isso que todos os anos os aeroportos fecham por causa da fumaça. É por falta de visão e de ética para fazer os investimentos na direção correta", afirmou.

Durante a manifestação, Maria Luiza, de 6 anos, neta de Chico Mendes, pediu o microfone. "Eu sou a Marina do futuro", afirmou.

Fonte: http://noticias.terra.com.br

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