18 de junho de 2009

Frigoríficos entram em baixa na Bovespa após denúncias

Frigoríficos entram em baixa na Bovespa após denúncias

O mercado não fechou os olhos para o papel do setor de carne no desmatamento da Amazônia, como revelou duas semanas atrás um estudo do Greenpeace. Nesta semana, as ações dos frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva estão em queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), acima do recuo de 4,8% acumulado pelo Ibovespa. Os frigoríficos foram acusados de manter abatedouros em área de desmatamento e comprar carne de pecuaristas que desmatam a Amazônia.
As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Minerva, por exemplo, apresentam queda de 11,29% nesta semana, saindo de R$ 4,16 na segunda-feira para R$ 3,69 nesta quarta. Os papéis da Marfrig, outro frigorífico apontado pelo Greenpeace, também recuam: de R$ 15,25 para R$ 13,70, uma queda de 10,16%. As ações das empresas do setor vinham apresentado forte valorização.
Já as ações da JBS caem 7,53% nesta semana, de R$ 7,43 para R$ 6,76. Mas além do desmatamento, pesa na queda das ações a investigação da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) de Rondônia, sobre uma "esquema de corrupção" envolvendo a empresa e servidores públicos. A JBS Friboi estaria adcionando água na carne para aumentar artificialmente seu peso.
- Em um primeiro momento, o mercado olhou a notícia e realmente achou que poderia ter impacto sobre as empresas, mas as quedas vieram mesmo após a decisão dos supermercados de suspender a compra - avalia Denise Messer, analista na Brascan Corretora que acompanha o setor.
Essa decisão foi tomada pelas redes de supermercados Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart, que decidiram suspender a compra de carne de frigoríficos localizados em áreas apontadas como de desmatamento.
O estudo do Greenpeace, que percorreu a cadeia da carne desde a ponta do varejo até a produção no campo, foi divulgado em 1º de junho, duas semanas atrás. Os papéis das empresas começaram efetivamente a recuar neste semana, após as redes de supermercados decidiram suspender a compra.
Outra gigante do setor citado no estudo, a Bertin não negocia ações na Bolsa. O frigorífico, como outros do mercado, tem como sócio e recebe financiamento do BNDES. Na noite de terça-feira, o banco soltou um comunicado afirmando que "não é e não será, jamais, transigente com desmatamento na Amazônia".

Miriam Leitão

Ass: Desmatamento Brasil (desmatamentobr.blogspot.com)

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...