9 de setembro de 2008

"Não pedi para ser ministro", diz Carlos Minc no balanço de cem dias de ministério

"Não pedi para ser ministro", diz Carlos Minc no balanço de cem dias de ministério



O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) divulgou carta na qual faz um balanço dos cem dias desde que assumiu a pasta, informa o blog Ciência em Dia. Minc inicia o documento afirmando que que não pediu para ser ministro. "Não queria e ainda coloquei condições para aceitar", diz.
"É uma prestação de contas, sobretudo para aqueles que conhecem minha história e sabem que não permitirei que o Pantanal se transforme num canavial, que não pedirei adiamento das normas para redução do teor de enxofre no diesel, que não aceitarei que a floresta nativa da Amazônia se converta em plantação de exóticas."
Segundo informou reportagem da Folha deste mês, o governo reconheceu o desrespeito à redução de emissão de poluentes prevista para entrar em vigor em todo o país daqui a quatro meses e, para compensar um dos maiores passivos ambientais da gestão Lula, propõe que, a partir de 2012, a frota de ônibus, caminhões e automóveis movidos a diesel sejam abastecidos com o mesmo padrão do combustível que a Europa adotará em 2009.
O atraso na adaptação do combustível e dos veículos poderia representar a emissão de mais de 84 mil toneladas extras de poluentes na atmosfera entre 2009 e 2011, segundo cálculo feito pela Petrobras.

Ministério

O então secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, assumiu o ministério no dia 27 de maio deste ano.
Marina Silva, sua antecessora, pediu demissão alguns dias antes em carta ao presidente Lula, na qual atribuiu sua saída a dificuldades na condução da agenda ambiental.
Marina, cuja reputação internacional era o principal trunfo do governo na área ambiental, perdera o apoio de Lula para implementar medidas mais duras contra o desmatamento.
Lula havia entrado em choque com a ex-ministra em diversas ocasiões. O desentendimento mais grave ocorreu no ano passado, quando o presidente e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, reclamaram da lentidão do Ibama (subordinado a Marina) para conceder licenças para as hidrelétricas do rio Madeira. Lula também decidiu entregar a coordenação do PAS (Plano Amazônia Sustentável) ao ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, alegando que Marina não tinha "isenção".



Ass: Desmatamento Brasil (desmatamentobr.blogspot.com)

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...