Faltando apenas um mês do período de apuração da taxa anual de desmatamento da Amazônia, dados do sistema Deter mostram uma queda de 49% no ritmo das motosserras entre agosto de 2009 e junho de 2010, comparado ao mesmo período do ano anterior. Esse sistema é mais rápido e menos preciso que o Prodes, responsável pela taxa oficial de desmatamento, divulgada ao final de cada ano.
"O desmatamento "puxadinho" tem crescido", observou ontem a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente), sobre o corte da vegetação em área inferior a 25 hectares, o equivalente a 25 campos de futebol. É uma área pequena demais para os satélites do Deter enxergarem, diferentemente das grandes frentes de corte. No ano passado, o desmatamento "puxadinho" representou 60% do total. O porcentual triplicou em sete anos.
Meta. "O desmatamento do ano deverá ficar em torno dos 5 mil km²", calculou o ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia). O número é menor que os 7.464 km² registrados no ano anterior, cumprindo com folga a expectativa para 2010, destacou o presidente do Inpe, Gilberto Câmara. A meta oficial é reduzir em 80% o desmatamento da floresta em relação ao previsto para 2020.
O sistema de detecção do desmatamento em tempo real, criado para orientar a ação dos fiscais, captou o corte de 1.808 km² de floresta em 11 meses, contra 3.537 km² registrados entre agosto de 2008 e junho de 2009. Em junho, os satélites captaram o corte de 244 km², 58% a menos que o mesmo mês do ano passado. A redução é mais significativa porque não havia muitas nuvens para atrapalhar a visão dos satélites.
O Pará se mantém na liderança do desmatamento. "Não podemos afirmar se a causa é pecuária, abertura de estradas ou assentamentos. Temos de investigar", ponderou Izabella Teixeira. O governo analisa a hipótese de o desmatamento ser resultado de planos de manejo de floresta falsos no Estado.
O Estado do Amazonas foi o único que registrou aumento do desmatamento no período de 11 meses e também será objeto de análise mais aprofundada na divulgação da taxa oficial de 2010, no mês que vem.
A partir de 2012, o governo federal espera dispor de novos satélites, mais precisos, para monitorar o abate da floresta.
Fonte: http://www.estadao.com.br
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